Fim de Semana pelo Minho (2017)
Parada de Bouro - São Bento da Porta Aberta - Póvoa de Lanhoso - GuimarãesDia 1 (11 de Março de 2017)
O Santuário de São Bento da Porta
Aberta é o segundo maior santuário português, depois de Fátima e atrai
anualmente centenas de milhares de peregrinos sendo um lugar preferencial de
culto ao fundador dos beneditinos e encontra-se localizado em Terras de Bouro,
na freguesia de Rio Caldo. A origem do Santuário remonta a 1615, com a
construção de uma pequena ermida. O actual Santuário é do final do século XIX.
Segundo reza a tradição, esta ermida possuía um alpendre, como aliás acontece
na maioria das capelas do alto dos montes e as suas portas encontravam-se
sempre abertas, servindo de abrigo a quem por ali passava e daí vem a
designação de São Bento da Porta Aberta.
Na fachada do Santuário
encontra-se uma torre sineira a qual se avista em todo o vale da Caniçada. No
interior são dignos de realce os painéis de azulejos da capela-mor que retratam
a vida de São Bento, assim como o retábulo de talha coberto a ouro.
No Santuário venera-se a imagem
de São Bento que é caracterizada pela figura do corvo. Esta figura do corvo foi
um dos episódios da vida de São Bento, aquando de um pão que lhe foi oferecido
por um seu discípulo, Florêncio, e em que São
Bento sabia que o pão estava envenenado pelo que mandou um
corvo que habitualmente por ali aparecia, que levasse o pão para bem longe,
para que ninguém o pudesse encontrar.
São Bento, nascido em Núrsia,
Itália é proclamado como “Pai e Padroeiro da Europa” e “Patriarca dos Monges do
Ocidente" e foi um monge fundador da Ordem dos Beneditinos.
Após esta visita iniciámos a
viagem em direcção a Póvoa de Lanhoso para visitar o Monte do Pilar que é o
maior monólito granítico do país. (um monólito é uma estrutura geológica, como
uma montanha, por exemplo, construída por uma única e maciça pedra ou rocha de
grandes proporções).
No Monte do Pilar podemos ver o
Castelo de Lanhoso, também referido como Castelo da Póvoa de Lanhoso, o
Santuário de Nossa Senhora do Pilar e o Castro de Lanhoso.
O Castelo Medieval da Póvoa de
Lanhoso, de estilo românico e gótico, embora bastante descaracterizado, é um
dos mais imponentes castelos portugueses.
A tradição refere que neste
castelo se refugiou por duas vezes, a condessa Teresa de Leão, mãe de D. Afonso
Henriques, quando foi atacada pelas forças da sua meia-irmã, D. Urraca, rainha
de Leão e após foi negociado um acordo designado como “Tratado de Lanhoso”,
pelo qual o condado de Portugal voltou a ser vassalo de Castela e Leão. Mais
tarde, ainda segundo a tradição, D. Teresa retornou ao castelo, detida pelo seu
próprio filho D. Afonso Henriques após a “Batalha de São Mamede”. Há até quem
relate as maldições que D. Teresa rogou ao seu filho.
No século XIII, o castelo foi
palco de um terrível crime passional: o seu alcaide, D. Rui Gonçalves de
Pereira, tetravó do Condestável D. Nuno Álvares Pereira, que se encontrava fora
do castelo, ao se inteirar da infidelidade conjugal de sua esposa, Inês
Sanches, enamorada de um frade do mosteiro de Bouro, retornou e, fechando-lhes
as portas ordenou que se incendiasse o castelo, provocando com isso a morte da
esposa infiel e do seu amante, bem como dos serviçais, que implicou como
cúmplices por não terem denunciado a infidelidade existente. Os antigos relatos
referem que ninguém escapou com vida do incêndio nem sequer os animais
domésticos.
O castelo encontra-se
classificado como “Monumento Nacional” e a partir de 1938 iniciaram-se algumas
obras de restauro e reconstrução sendo aberto ao público em 1996. Actualmente a
Torre de Menagem foi reconvertida em museu, onde se encontram expostos
numerosos objectos arqueológicos encontrados nos arredores do castelo,
sobretudo no “Castro do Lanhoso” e também existe um espaço audiovisual onde se
projectam filmes que nos mostram a história do castelo e das terras de Lanhoso.
Actualmente o Castelo é um lugar
de visita obrigatória, não só por seu papel no nascimento do País como também
pelas privilegiadas vistas que oferece da comarca do Minho, rodeada por Serras
do Gerês e da Cabreira e banhada pelos rios Ave e Cávado.
Com o início da idade moderna e
consolidadas as fronteiras do reino, o castelo perdeu progressivamente a sua
importância estratégica, vindo a conhecer o abandono e a ruína e no século XVI
parte foi desmontado para dar origem à edificação do Santuário, a escadaria e
as capelas de peregrinação. Esta edificação foi iniciada por um comerciante
abastado do Porto, André da Silva Machado, que decidiu erguer uma réplica do
Santuário do Bom Jesus de Braga.
O Santuário de Nossa Senhora do
Pilar é um santuário de devoção mariana e possui uma Via Cruz formada por cinco
capelas com esculturas de madeira policromada que representam cenas do Monte
Gólgota, relacionadas com a crucificação de Jesus Cristo. Actualmente
conservam-se três capelas e são uma clara imitação das capelas do Santuário do
Bom Jesus de Braga. No interior das capelas podemos ver figuras de madeira com tamanhos naturais representando os passos mais notáveis da Paixão de Cristo.
Após esta visita continuámos a nossa viagem e na passagem por Póvoa de
Lanhoso pudemos ver a escultura dedicada a Maria da Fonte a qual no ano de
1846, iniciou nessas terras uma revolta popular contra o governo presidido por
António Bernardo da Costa Cabral. Esta revolta resultou em grande parte pelo
descontentamento popular gerado pelas novas leis de recrutamento militar, por
alterações fiscais e pela proibição de realizar enterros dentro de igrejas. A
revolta acabou por estender-se a todo o país e inclusive levou à substituição
do governo.
Continuando a nossa viagem fomos até ao alto do Monte de São Romão, na freguesia de Salvador de Briteiros, que dista cerca de 15 Km de Guimarães, para ver a “Citânia de Briteiros”.
Ali chegados preparámos o almoço a bordo da autocaravana e por fim é que decidimos ir até à recepção ali existente para comprarmos os acessos para visitarmos este castro arqueológico. O bilhete de acesso é de 3 € por pessoa com direito a visitar o Museu da Cultura Castreja que fica localizado a poucos minutos de distância e o qual iremos em seguida visitar.
A “Citânia de Briteiros” é um
sítio arqueológico da Idade do Ferro e são uma prova extraordinária da
existência de um importante povoado primitivo, de origem pré-romana,
pertencente ao tipo geral dos chamados "castros" do noroeste de
Portugal. Evidenciam nitidamente caracteres da cultura castreja, ainda que fortemente
romanizados no começo da era cristã. Permaneceu ocupada durante a época das
invasões romanas e pensa-se que deverá ter ficado definitivamente abandonada no
século II.
Um dos monumentos pré-romanos mais curiosos é um balneário, constando de uma
pequena câmara redonda ligada a um recinto quadrangular. Os dois compartimentos
eram divididos por uma estrela de forma pentagonal com uma pequena abertura no
fundo para se poder passar de um lado para o outro. Uma das câmaras servia para
se tomarem banhos de vapor, a outra para se tomarem banhos de água fria.
Durante algum tempo, pensou-se que este balneário fosse um edifício de carácter
funepila.
A “Citânia de Briteiros ”encontra-se classificada como Monumento Nacional desde 1910.
As suas ruínas foram descobertas
pelo arqueólogo Martins Sarmento em 1875.
Actualmente,
dos 24 hectares
de área total do monumento, apenas 7 hectares foram intensivamente escavados.
O espólio arqueológico destas
ruínas encontra-se exposto, em Guimarães, no Museu Arqueológico da Sociedade
Martins Sarmento.
Após esta visita saímos fomos visitar o Museu de Cultura Castreja.
O Museu da Cultura Castreja está
instalado no Solar da Ponte, construção do séc. XVIII/XIX, que foi a casa de
habitação dos pais de Francisco Martins Sarmento. A partir
do momento em que principiou as suas escavações na Citânia de Briteiros,
Martins Sarmento deslocava-se, periódicamente, para o Solar do Ponte onde se
instalava durante o tempo dedicado aos trabalhos arqueológicos,
O Museu da Cultura Castreja é o
primeiro espaço dedicado à cultura castreja, cultura autóctone que apenas
existe no noroeste peninsular e é a matriz cultural desta faixa atlântica da
Península Ibérica.
O Museu
assenta essencialmente em dois temas: o primeiro tema fala-nos sobre a
vida e obra de Martins Sarmento, em que podemos ver um documentário biográfico
e também exposições de objectos pessoais do arqueólogo. O segundo tema tem
como referência os materiais arqueológicos que foram recolhidos nas escavações quer
da Citânia de Briteiros quer nas escavações do Castro de Sabroso, entre os
quais se destaca a Pedra Formosa de Briteiros.
Dando por finda esta visita ao
Museu de Cultura Castreja, iniciámos a viagem com destino a Guimarães onde
chegámos pouco antes das 17 horas. Em Guimarães procuramos estacionamento
próximo do estádio de futebol, mas não foi possível pelo que optámos por estacionar numa
das artérias ali próximas.
Em seguida procurámos um dos
postos de turismo no qual nos forneceram mapas e algumas informações turísticas
interessantes. Após, passeámos um pouco pela cidade e de regresso à
autocaravana optámos por ir estacionar nas imediações do estádio de futebol, pois
já se encontravam alguns lugares de estacionamento livres. Esta opção ficou a
dever-se a este local ser mais central para visitar a cidade.
Uma parte da noite foi dedicada a
consultar toda a documentação turística que nos havia sido fornecida no Posto
de Turismo.
Estacionamento e pernoita em Guimarães, coordenadas, N 41° 26' 47" W 08° 17' 59"
Em Guimarães para estacionar e
pernoita outra opção será o Campo ou Largo de São Mamede, junto ao Castelo de
Guimarães, pois também fica central e próximo de locais a visitar e essencialmente
será um espaço mais sossegado.
Estacionamento e pernoita em Guimarães, coordenadas, N 41° 26' 47" W 08° 17' 59"
Percurso efectuado de Parada de Bouro a São Bento da Porta Aberta, 21 Kms
Percurso efectuado de São bento da Porta Aberta a
Guimarães, 80 Kms
Sem comentários:
Enviar um comentário