domingo, 12 de março de 2017

Fim de Semana pelo Minho (2017)

 Guimarães - Vila Nova de Gaia
Dia 2 (12 de Março de 2017)

Após o pequeno-almoço a bordo da autocaravana e munidos de mapas e alguma informação turística, saímos para efectuarmos algumas visitas a locais e monumentos na cidade. Convém referir que o “Centro Histórico de Guimarães” foi classificado como Património Mundial pela Unesco em 13 de Dezembro de 2001.
Guimarães é uma cidade com um passado histórico glorioso e cuja história está associada à fundação da identidade nacional portuguesa.


A nossa visita começou precisamente no Paço dos Duques de Bragança, também designado tipicamente apenas por Paço dos Duques. Para essa visita adquirimos o respectivo bilhete conjunto de ingresso individual por 6 € que nos permite também visitar o castelo.
No século XV, por iniciativa de D. Afonso I de Bragança foi construída esta majestosa casa senhorial de vastas dimensões, com características arquitectónicas de casa fortificada e que lhe serviu de residência bem como à sua segunda mulher, D. Constança de Noronha.
O estilo borgonhês desta casa senhorial reflecte os gostos adquiridos nas viagens pela Europa, por D. Afonso I de Bragança, ainda que o seu aspecto actual tenha sido recriado, de forma polémica, durante o Estado Novo.

  


Esteve desocupado quando os duques se mudaram para o Paço Ducal de Vila Viçosa, período em que o edifício foi sendo pilhado. As obras de requalificação do palácio começaram em 1937 e prolongaram-se até 1959, altura em que o Palácio é aberto ao público.
Algumas das salas do Palácio foram transformadas em museu apresentando um espólio diversificado de artes decorativas dos séculos XVII e XVIII das quais se destacam o conjunto de réplicas de tapeçarias de Pastrana as quais narram alguns episódios das conquistas de África, bem como tapeçarias flamengas e francesas, porcelanas orientais, faianças portuguesas, pinturas como o Cordeiro Pascal ou o retrato de D. Catarina de Bragança, mobiliário diverso e um conjunto de armas, entre outros.


Em homenagem às proezas marítimas dos portugueses, o teto da sala de banquetes reproduz o casco virado de uma caravela.



O Paço dos Duques de Bragança é, desde 1910, classificado como Palácio Nacional e é um dos Palácios Nacionais mais visitados quer por portugueses quer por estrangeiros.
Desde 1933 que o Paço dos Duques de Bragança foi transformado em residência oficial da Presidência da República.
Depois de terminada esta visita fomos à Igreja de S. Miguel que se localiza entre o Paço dos Duques de Bragança e o Castelo. Trata-se de uma igreja românica que segundo a tradição foi ali baptizado o rei D. Afonso Henriques. No interior da Igreja, junto à pia baptismal, está uma inscrição que pretende confirmar tal facto. No pavimento interior encontram-se diversas sepulturas de nobres guerreiros todos eles ligados à fundação da nacionalidade.
A Igreja de S. Miguel está classificada desde 1910 como Monumento Nacional.




Em seguida entrámos no Castelo que, segundo a tradição, aqui terá nascido e vivido o rei D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal.
O castelo medieval de Guimarães, cuja denominação inicial era de “Castelo de São Mamede, foi mandado construir na segunda metade do século X pela Condessa Mumadona Dias e cujo objectivo era o de proteger o Mosteiro de Santa Maria das invasões normandas e sarracenas que, nessa altura, atingiam a Península Ibérica.





O Castelo encontra-se ligado à fundação do “Condado Portucalense” e ás lutas da “Independência de Portugal”, sendo designado popularmente como “berço da nacionalidade”. Está associado a alguns momentos simbólicos da formação de Portugal, como o cerco de Guimarães de 1127 protagonizado pelo rei Afonso VII de Leão e Castelo e posteriormente a batalha de São Mamede travada a 24 de Junho de 1128, no vizinho campo de São Mamede, entre as forças de D. Afonso Henriques e as forças de sua mãe, D. Teresa e do conde galego Peres de Trava que, com a vitória de D. Afonso Henriques, se deu origem à nacionalidade portuguesa. Há rumores não confirmados de que posteriormente D. Teresa teria sido aprisionada no Castelo de Lanhoso e há até quem relate as maldições que D. Teresa ali rogou ao seu filho D. Afonso Henriques.
O castelo sofreu diversas obras e transformações ao longo dos tempos, obras essas quer de ampliação quer de restauro e conservação. Com o passar dos séculos o castelo foi perdendo a sua função defensiva entrando num estado de progressivo abandono e degradação e no século XX foi recuperado e posteriormente em 1881 é classificado como Monumento Nacional.
Actualmente bem conservado, encontra-se aberto ao público. Apresenta uma planta em forma de escudo e as suas muralhas são reforçadas por 4 torres encontrando-se a torre de menagem ao centro. Do cimo da torre de menagem e dos torreões, podemos desfrutar de uma agradável vista sobre a cidade.
Terminada esta visita passámos pela Praça da Mumadona Dias que foi condessa de Portugal no século X, durante o primeiro condado Portucalense e cuja estátua está colocada no meio da praça que tem o seu nome.
Como atrás referimos foi sob as suas ordens que na segunda metade do século X foi mandado construir o castelo medieval de Guimarães.


Continuámos até à Rua de Santa Maria que foi uma das primeiras ruas abertas e a qual fazia a ligação entre o convento fundado por Mumadona e toda a parte baixa da vila e o Castelo situado na parte alta da Vila. A rua foi habitada durante séculos por clérigos, nobres e gente de prestígio. Como todas as ruas medievais, terá sido uma rua escura, atravancada e suja, onde os avisos de “água vai”, seria uma constante. Hoje é uma das artérias mais bonitas e típicas do centro histórico. Actualmente ali podemos ver casas brasonadas, e com varandas com ferros forjados e também casas simples com belas varandas de madeira.



Passámos de seguida pela Praça de S. Tiago que é uma praça bastante antiga e que ainda conserva a traça medieval e que é uma das zonas mais movimentadas com bares e restaurantes e as respectivas esplanadas.


Por cima das arcadas que ligam a Praça de S. Tiago ao Largo das Oliveiras, encontra-se o edifício dos Antigos Paços do Concelho e em que actualmente ali se encontra instalada uma Delegação do Turismo. Na construção do edifício tem particular realce o alpendre sustentado em cinco arcos góticos, bem como as cinco janelas de sacada e uma estátua na fachada do edifício de um guerreiro que, segundo a tradição, simboliza o duplo contributo dos vimaranenses nas conquistas em África.


Por fim chegámos ao Largo da Oliveira que à semelhança da Praça de S. Tiago é uma das artérias mais movimentadas com bares e restaurantes e as respectivas esplanadas.
Este largo foi outrora um terreiro no qual existiria uma oliveira que terá secado e posteriormente em 1342, segundo a lenda, a oliveira volta a dar folha e fruto, quando um comerciante vimaranense radicado em Lisboa, Pêro Esteves, manda colocar no espaço uma cruz normanda. A partir desta data este terreiro passa a chamar-se “Largo da Oliveira”. A oliveira permaneceu na praça até 1870 altura em que contra a vontade do povo foi removida. Na última intervenção efectuada na praça no ano de 1985, foi de novo colocada uma oliveira no local onde supostamente estaria a oliveira inicial.


Neste largo encontra-se ainda a Igreja da Nossa Senhora da Oliveira e o Padrão do Salado. O Padrão do Salado de estilo gótico, comemora a batalha do salado travada em 1340 contra os Mouros no sul de Espanha.
Debaixo do padrão podemos ver a cruz normanda que o negociante vimaranense residente em Lisboa, Pêro Esteves, havia oferecido. A cruz feita em calcário, foi inicialmente dourada e policromada. Tem numa face Cristo Crucificado e na outra a Virgem. Na base apresenta imagens de santos.


Descemos até à “Zona de Couros” que se localiza junto ao rio que atravessa a cidade e fora das antigas muralhas e cuja actividade e indústria dos curtumes remonta à idade média. No século XIX esta zona de couros foi um núcleo privilegiado da indústria de transformação de peles, onde se manteve uma produção baseada nas técnicas tradicionais e no trabalho manual. Ali ainda podemos ver os típicos secadouros e tanques de tinturaria desta indústria de couros. Em 1977 a “Zona de Couros” foi classificada como Imóvel de Interesse Público.





Em seguida passámos pela muralha ‘Aqui Nasceu Portugal’ e seguimos até ao “Largo do Toural” em que actualmente é considerado como o coração da cidade. No século XVII era um largo extramuros junto à principal porta da vila, e no qual se realizavam as feiras de gado e de outros diversos produtos. Hoje é um largo com muito movimento e é considerado como o coração da cidade, sendo uma praça ampla com uma magnífica fachada nascente ao estilo pombalino.
Aqui também podemos ver um chafariz renascentista de três taças.



Muito mais há para visitar em Guimarães mas com o dia a aproximar-se do fim demos por finda esta nossa visita e na viagem de regresso a Vila Nova de Gaia passámos pela AS de São Mamede de Coronado, Trofa, para a respectiva manutenção de águas.
AS de São Mamede de Coronado, coordenadas, N 41° 16' 43"  W 08° 32' 59"
Percurso efectuado de Guimarães a Vila Nova de Gaia, 72 Kms
Nesta viagem efectuámos um total de 173 Kms

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As descrições e/ou um pouco de história, são essencialmente recolhidas através de informação existente em sites de Turismo, incluindo as do Turismo de Póvoa de Lanhoso, Sociedade Martins Sarmento, Turismo de Guimarães, do site da Quinta de São Vicente, consultas na Wikipédia e ainda na internet.

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