domingo, 14 de junho de 2015

Festa da Cereja em Alcongosta, Fundão 2015
Dia 3 (14 de Junho de 2015)
(Belmonte – Fundão – Vila Nova de Gaia)

De manhã acordámos com chuva, aliás durante a noite esteve a chover e em algumas alturas a chuva foi com alguma intensidade.
Após o pequeno-almoço procedi à manutenção da cassete e em seguida partimos com destino ao Fundão, tendo estacionado no parque do Pavilhão Multiusos.
A chuva manteve-se durante quase toda a manhã pelo que apenas dei um pequeno passeio a pé por algumas ruas do Fundão.
Após o almoço e dado a chuva ter parado optámos por nos deslocar ao Posto de Turismo local onde nos forneceram informações turísticas e mapas e pudemos desde logo apreciar a Casa dos Maias que é um solar barroco do século XVIII.
É uma casa brasonada de dois pisos e a fachada principal que apresenta dois portais decorados, janela de peitoril com espaldar curvo e avental com vão em arco abatido.


Continuando pela Rua da Cale podemos admirar o “Chafariz dos Golfinhos”, cuja data de construção é do século XX. Este chafariz é em granito, delimitado por duas pilastras e encimado por frontão curvo e falso beiral. Apresenta duas bicas em forma de peixes cruzados que desembocam em taça concheada circular. Apresenta também um brasão esculpido com data de 1747.


Na Praça Velha podemos admirar uma estátua em homenagem ao director e fundador do Jornal do Fundão, o jornalista António Palouro.


Dado a chuva ter retomado e com alguma intensidade, regressámos à autocaravana e iniciámos a viagem de regresso pela estrada das beiras, estrada montanhosa e algo sinuosa mas com algumas paisagens espectaculares como aquela que pudemos admirar no miradouro e parque merendeiro e de lazer “Varandas de Avô”.
Deste pequeno miradouro em pedra com alguns bancos temos uma vista fantástica de natureza envolvente, enriquecida pela beleza patrimonial da vila de Avô e cujo amontoado de casas se vai alastrando pela encosta do monte até ás margens do Rio Alva e a Ribeira de Pomares.
A aldeia de Avô é considerada uma das mais belas localidades portuguesas, tendo por esse motivo sido escolhida a sua fotografia para capa do livro de arte “As Mais Belas Aldeias de Portugal”.




Após esta breve paragem continuámos a viagem de regresso tendo efectuado nova paragem em Estarreja onde jantámos e em seguida seguimos para Vila Nova de Gaia e na passagem por Grijó abastecemos de gasóleo no posto do Pingo Doce a 1,175 € o litro.
Local de estacionamento no Fundão, coordenadas, N 40º 08’ 15’’  W 07º 30’ 14’’
Percurso efectuado de Belmonte ao Fundão 39 Km
Percurso efectuado do Fundão a Vila Nova de Gaia 258 Km
Total de Kms realizados nestes 3 dias de viagem: 630
 ***
As descrições de locais bem como de monumentos e/ou um pouco de história, são essencialmente recolhidas através de informação existente em sites de Turismo, incluindo os dos Postos de Turismo, complementada também por consultas na Wikipédia, e nos sites das Aldeias Históricas de Portugal, Rede de Judiarias de Portugal, Câmara Municipal de Castelo Branco e Junta de Freguesia de Alpedrinha.


sábado, 13 de junho de 2015

Festa da Cereja em Alcongosta, Fundão 2015
Dia 2 (13 de Junho de 2015)
(Alcongosta - Belmonte)

Após o pequeno-almoço saímos por volta das 10,00 horas tendo como destino Belmonte.
Chegados à AS de Belmonte já se encontravam ali mais 2 autocaravanas, uma francesa e outra inglesa.
Esta zona da AS é central, agradável pois fica inserida num pequeno parque verde com algumas estructuras de apoio, WC e zona para grelhar alguma comida, bem como parque de lazer para crianças. Existe ali ao lado um restaurante e um supermercado que se encontra a cerca de 5 minutos a pé.
Belmonte fica situada em plena Cova da Beira e com ampla vista sobre a encosta oriental da Serra da Estrela. A tradição diz que o nome Belmonte provém do lugar onde a vila se ergue, monte belo ou belo monte. Também há quem lhe atribua a origem de “belli monte”, monte de guerra.

Câmara Municipal de Belmonte

Belmonte terra natal do navegador Pedro Álvares de Cabral que em 1500 comandou a armada à Índia, durante a qual se descobriu oficialmente o Brasil.



A nossa visita começou pelo Castelo de Belmonte, construído no século XII num monte rochoso possuindo um traçado ovalado irregular e erguido em aparelho de pedra granítica.
O edifício, setecentista, que foi construído e incorporado à muralha ao lado da porta principal do castelo é onde funciona actualmente o Posto de Turismo.
Na fachada principal do castelo podemos ver um portal de arco de volta perfeita e no cimo desse arco encontra-se esculpida uma esfera armilar e o brasão de armas dos Cabral.
Este castelo medieval de estilo românico, ficou famoso por ter sido a residência da família Cabral, tendo aí habitado o navegador Pedro Álvares de Cabral.
O castelo está classificado como Monumento Nacional, encontrando-se aberto ao público e existindo na torre de menagem um museu com material arqueológico recolhido nas escavações arqueológicas que foram efectuadas.

Castelo de Belmonte e o edifício setecentista

Janela de estilo manuelino que se encontra numa das fachadas do Castelo de Belmonte

Após esta visita ao Castelo, optámos por almoçar num dos restaurantes locais, Restaurante O Brasão, local agradável e com uma ementa também com algumas especialidades de produtos locais. Na nossa refeição incluímos uma entrada de alheira com espinafres que estava algo deliciosa.
Após o almoço continuámos a nossa visita e nessa altura uns chuviscos fizeram-se sentir durante algum tempo.


A Igreja Matriz de Belmonte é de construção recente nos anos 40 do século XX, de vários estilos, com uma talha dourada neogótica.
Ali se encontra a imagem quatrocentista de Nossa Senhora da Esperança que dizem ter acompanhado Pedro Álvares de Cabral na viagem da descoberta do Brasil.




O Ecomuseu do Zêzere com função didáctica e pedagógica e que tem como objectivo transportar os visitantes para as várias realidades do rio, desde a sua nascente até à foz.
Da apresentação de cada troço constam os elementos da fauna e flora que são mais característicos.



O Museu dos Descobrimentos é um projecto interactivo, de sensações e afectos que transporta o visitante para uma história de 500 anos de construção de um País e da Portugalidade. Ao longo da exposição aborda-se a história dos descobrimentos portugueses enquanto elemento unificador dos Novos Mundos, a viagem da descoberta do Brasil, o desenvolvimento e a construção de uma nação irmã, a Portugalidade e muito mais.



O Museu do Azeite está instalado no antigo lagar da vila e recuperado para funções museológicas.
Desenvolve-se em três pisos, contando no exterior com uma área de lazer, com a preservação de um olival.
O principal objectivo é dar a conhecer aos visitantes as técnicas de produção do azeite e a importância que teve para a economia local.





A Igreja de Santiago e o Panteão dos Cabrais, estão classificados como Monumento Nacional.
A Igreja de Santiago e o Panteão dos Cabrais de arquitectura religiosa com características românica, gótica e apontamentos maneiristas, foi construída no ano de 1240 e estão classificados como Monumento Nacional.
No seu interior podemos observar vestígios de pintura a fresco e um Pietã do século XIV. Esta imagem gótica de Nossa Senhora da Piedade é uma escultura talhada num bloco granítico.
Nesta capela estão depositadas as cinzas de Pedro Álvares Cabral e outros da sua família.






A Sinagoga “Beit Eliahu”, Filho de Elias,encontra-se localizada numa das ruas da antiga judiaria e foi inaugurada em 1996.


O Museu Judaico de Belmonte é um museu que retrata a longa história da comunidade judaica na região, que resistiu a longos anos e séculos de perseguição religiosa. É o primeiro museu deste género em Portugal, localizado no último reduto da comunidade criptojudaica aí instalada por volta do século XV.
O museu expõe mais de uma centena de peças religiosas, do dia-a-dia e de uso profissional utilizadas por famílias hebraicas.




Hannukah, também conhecido como o "Festival das Luzes" e "Festa da Dedicação"
Não se conhece muito acerca da primitiva presença judaica em Belmonte, no entanto o contributo deles para a história da Vila é indiscutível, pela presença ainda na actualidade de uma comunidade de judeus, mas também pelos inúmeros vestígios deixados por comunidades anteriores.
Podemos por isso ainda observar pequenas casas de granito, com pequenas aberturas e com cruzes nas ombreiras das portas, sinal de que essas habitações eram habitadas por judeus.




Estacionamento e pernoita na AS de Belmonte, coordenadas, N 40º 21’ 49’’  W 07º 20’ 27’’
Percorridos 38 Km

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Festa da Cereja em Alcongosta, Fundão 2015
Dia 1 (12 de Junho de 2015)
(Vila Nova de Gaia – Fundão – Alpedrinha - Alcongosta)

Saímos por volta das 8,30 horas tendo como destino à  aldeia  de  Alcongosta, mas prevista a primeira paragem na AS de Oliveira de Azeméis para abastecimento de água. Ali chegados deparámo-nos com uma contrariedade já que não trazíamos um bocal ideal para a torneira o que nos impossibilitou o abastecimento da água.
Continuámos a viagem e na passagem por Albergaria-A-Velha abastecemos de gasóleo nas bombas da Repsol a 1,239 € por litro.
Continuando o nosso percurso voltámos a parar à entrada de Unhais da Serra para efectuar-mos o almoço a bordo da autocaravana e após retomámos a viagem até Alpedrinha com uma paragem no Hospital do Fundão para tratar de um problema surgido durante a viagem.
Após uns exames de Rx que a minha mulher efectuou, verificou-se que estava tudo bem, necessitando apenas de uma medicação. O susto passou e vamos continuar a viagem com alguma limitação, precaução e claro algumas dores.
Em Alpedrinha estacionámos no Largo da Capela de Santo António e começámos a nossa visita a esta vila que fica situada na encosta sul da Serra da Gardunha.
A Vila apresenta as suas casas típicas recuperadas, com as suas ruas sinuosas e com um grande património histórico, arquitectónico e social.



Iniciámos a visita pelo Pelourinho que é constituído por uma coluna de fuste octogonal de faces lisas a qual está assente numa plataforma de três degraus e capitel jónico.


Continuámos até ao Palácio do Picadeiro, de estilo barroco e que foi construído nos finais do século XVIII, tendo sido reabilitado e aberto como espaço museológico e cultural em 2009. Não o pudemos visitar por já estar fora do horário normal para as visitas.
Na fachada principal podemos ainda observar o brasão ali existente (brasão dos Correia da Silva).


À frente existe um pátio quadrado, chamado de picadeiro, apresentando ainda em cada canto do muro que delimita o pátio um obelisco com cerca de 4 metros de altura.


No muro do lado sul do picadeiro existem parapeitos com bancos laterais de onde se pode desfrutar de magnificas paisagens.


Este muro que é bastante alto dá para o Chafariz Real também conhecido por chafariz das Seis Bicas ou de D. João V.
Este chafariz construído possivelmente em 1714, todo ele em granito é constituído por um baluarte com três faces, cada uma com sua bica, das quais jorram água para um tanque comum. Por cima do baluarte está uma coroa que cobre as armas reais.


O acesso a estas bicas é feito por duas entradas com escadas de pedra que vão dar a um espaçoso átrio com bancos de ambos os lados. Ao fundo das escadarias encontra-se um grande tanque que recebe a água do outro por três bicas embutidas na parede. Este tanque é também chamado “tanque das bestas” pois era aí que elas iam beber. A água deste tanque corre, por uma bica, para um outro situado um pouco abaixo e que serve de lavadouro.



Uma das fontes mais antigas de Alpedrinha é a Fonte do Leão, da qual não se sabe ao certo a sua data.
Esta fonte tem quatro degraus e no cimo deles um pequeno patamar. Até 1898 tinha um tanque quadrado que depois foi substituído por uma concha de pedra. Tem uma escultura em relevo dum bicho qualquer com patas e rabo. Na boca tem uma bica de latão que outrora foi de ferro.


Esta Vila muito mais tem a visitar desde a Igreja Matriz, Igreja da Misericórdia e a calçada romana que ligaria Alpedrinha a Alcongosta, entre outros.

Igreja Matriz de Alpedrinha

Igreja da Misericórdia

Calçada Romana que ligaria Alpedrinha a Alcongosta
Após esta breve visita partimos para Alcongosta e ali chegados estacionámos num dos vários parques de estacionamento improvisados para receber os visitantes da festa da cereja.


Aqui a cereja é a rainha desta festa sendo a mesma servida em vários formatos, licor de cereja, sangria de cereja, pão de cereja, pastéis de nata de cereja, etc.




Alcongosta é uma típica aldeia serrana, bem no coração da Serra da Gardunha e sendo mais conhecida como “a terra da cereja”.




Aqui também podemos admirar as suas ruas algo inclinadas e o casario serrano.
Esta localidade também é muito conhecida devido à arte cesteira pois aqui ao longo de gerações fazem-se cestos, sendo este trabalho também uma parte estruturante do tecido económico, completando com naturalidade o trabalho da produção da cereja, que é a sua principal produção e ocupação.


Esta festa prolongou-se pela noite dentro apesar de se notar já algum frio.



Local de estacionamento em Alpedrinha, coordenadas, N 40º 05’ 47’’   W 07º 28’ 01’’
Estacionamento e pernoita em Alcongosta, coordenadas, N 40º 7.150’   W 07º 29.036’
Percorridos 295 Km